Durante janeiro e maio de 2013, a Loudness Projetos Especiais foi responsável pela concepção e instalação do novo sistema de som do Estádio Nacional de Brasília.
Por Richard Santa S.
Os espaços esportivos que serviram de sede para a Copa do Mundo que acaba de terminar no Brasil, se destacaram, entre outras coisas, pelas soluções audiovisuais que foram instaladas. Os participantes das partidas puderam receber todas as informações claras que foram transmitidas durante cada reunião pelos organizadores.
No caso específico do Estádio Nacional, mais conhecido como Mané Garrincha, localizado em Brasília, o integrador Loudness Projetos Especiais foi responsável por fornecer o sistema de som a partir da fase de projeto, projeto executivo, fornecimento de equipamentos, instalação, comissionamento e operação durante a Copa das Confederações do ano passado, e agora para os jogos da Copa do Mundo.
Marcos Pilot, diretor da empresa integradora, disse que o projeto foi desenvolvido para atender aos requisitos de desempenho dos sistemas de som FIFA. "Basicamente, é um sistema de alto-falantes de várias zonas, projetado para entrega de áudio em todas as áreas internas e assentos do estádio. Especificamos diferentes tipos de alto-falantes, dependendo da área ambiente."
O sistema de som é basicamente projetado para direcionar anúncios e música de fundo para todas as diferentes áreas públicas do estádio, como os assentos, corredores, banheiros, entradas, e também para áreas privadas como lounges VIP, caixas, segurança, administração e salas técnicas. Todas essas áreas são dirigidas e controladas individualmente.
O sistema também é integrado a um grande painel LED, que direciona seu conteúdo de áudio para os alto-falantes e com o sistema de segurança que permite a entrega de desktops ao público, pré-gravado (ativado automaticamente) ou ao vivo, em caso de emergência.
Modelagem 3D
Para começar com os projetos, o integrador contou com vários sistemas da empresa Bose. Eles primeiro usaram os arquivos de projeto arquitetônico do estádio para construir um modelo tridimensional. Foi então exportado para o Modeler, o Software de Simulação Acústica Bose, para determinar a melhor solução para cobrir áreas de audiência.
Marcos Pilot acrescenta que "para os assentos, especificamos o novo sistema de alto-falantes de matriz de directividade progressiva da Bose, o RoomMatch System. É um sistema de alto-falantes modulares, que permite ao designer escolher diferentes módulos de padrão de cobertura, entre os 42 tipos disponíveis, para construir uma instalação capaz de cobrir uma determinada área com potência uniforme."
Após a modelagem, decidiram que a melhor opção era instalar 16 séries de oito alto-falantes RoomMatch distribuídos abaixo do telhado do estádio, para um total de 128 caixas que cobrem os assentos das arquibancadas. Parte do fator de decisão desses sistemas de alto-falantes é que eles atendem aos requisitos leed formulados pelo cliente final, buscando ter uma solução mais verde.
Eles também usaram os novos amplificadores Bose PowerMatch PM-8500N que integraram DSPs. Eles fixaram oito amplificadores na passarela logo abaixo do teto para alimentar os alto-falantes RoomMatch. Para áreas internas, eles usaram alto-falantes de teto Harman JBL CSS 8018, alto-falantes de montagem de parede XE65TB e alto-falantes de cone Proel PA HSPL30.
Para agrupar, processar, distribuir e controlar os amplificadores, foi utilizado o processador BLU-800 London da Harman BSS. Esses processadores foram anexados uns aos outros, à sala de controle e ao sistema de segurança do estádio, através de uma rede HP redundante fornecida pela Siemens. O protocolo escolhido para distribuir o sinal de áudio digital através do estádio foi cobranet.
"Para este projeto, usamos muitos tipos de equipamentos para atender aos requisitos do sistema, como microfones como a principal fonte pública, servidores de áudio para a reprodução de música em segundo plano e para ativar mensagens de sistemas de evacuação e fontes de roteamento que vêm do sistema de vídeo", disse Marcos Pilot.
Todas essas fontes são controladas pela sala de controle de áudio e integram-se com os 13 racks de processador/amplificador distribuídos por todo o estádio. Há também microfones ambientes, como sensores para controle automático de volume.
Com a montagem descrita acima, os quase 70 mil espectadores, que é a capacidade do estádio de Brasília, desfrutavam do melhor sistema de áudio em um estádio completamente novo, já que o anterior foi demolido para construir um novo que atendesse aos requisitos da FIFA.
Um cliente exigente
Segundo Marcos Pilot, a FIFA tem altos padrões de soluções audiovisuais para os locais esportivos em que seus campeonatos mais importantes serão disputados. Por isso, a principal contratada da obra do Estádio Nacional, o Consórcio Brasília 2014, nomeou a Loudness Projetos Especiais para o sistema de áudio, pois era necessária uma consultoria especializada.
O diretor da empresa integrador indicou que o principal contratante e o cliente se beneficiaram de muitas formas da execução deste projeto, tais como: atender completamente aos requisitos da FIFA, correspondendo ao mais alto grau para atender aos requisitos do LEED, seguindo todas as regras de segurança do trabalho, resultando em acidentes para os membros da equipe durante a instalação e, acima de tudo, obtendo um sistema de som de qualidade.
Mas apesar do projeto e planejamento da intervenção, durante a instalação houve vários inconvenientes que tiveram que ser superados rapidamente. A primeira e pior de todas foi uma decisão de última hora do cliente que criou um novo projeto de telhado, que incluiu uma membrana de fibra de vidro de malha esticada sob a estrutura. A arquiteta responsável pelo projeto pediu que ela escondesse os sistemas de arranjo de alto-falantes por razões estéticas.
"Essa membrana permite que o som passe por ele, mas não é totalmente transparente, e como é colocado entre os alto-falantes e o público, uma certa atenuação do som era esperada em seguida. Para determinar o problema, decidiu-se realizar alguns testes com uma amostra dessa membrana entre um alto-falante e um microfone com a ajuda de um analisador FFT, tentando descobrir a interferência que esse material poderia causar para o desempenho do sistema de som. Após os ensaios, foi medido que o sistema perderia aproximadamente 0,5 a 2,5 dB, dependendo da frequência", explicou Marcos Pilot.
Além desse problema, originalmente o sistema tinha sido projetado para ser pendurado nove metros abaixo dessa membrana, então eles tiveram que redesenhar o sistema, instalando o equipamento mais distante das áreas de audiência e atenuado pela membrana. "Felizmente, as simulações nos mostraram que com o sistema de som reorganizado, houve um bom desempenho. Nossa previsão acabou sendo precisa após a instalação."
Outro problema, apresentado durante a instalação, foi que a empreiteira estava por trás da programação. Às vezes, eles tinham que reatribuir a instalação e mudar de um lugar para outro para evitar atrasos. Além disso, eles receberam a estação chuvosa, por isso foi um problema antes do telhado ser instalado.
Por fim, Marcos Pilot concluiu que "estamos ouvindo muito bom feedback da equipe principal contratada e do cliente, incluindo pessoas do governo brasileiro. Além disso, as equipes de radiodifusão que visitaram o estádio, como HBS, TV Globo, e muitos outros, também gostaram do sistema de som.