Os sistemas de conferência facilitam a discussão de questões-chave para o planeta.
Didiê Cunha*
A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA) é um dos principais fóruns do mundo, onde chefes de Estado, ministros do Meio Ambiente, ativistas e ONGs se reúnem para considerar e assumir compromissos globais com a proteção ambiental. A mais recente reunião da UNEA foi realizada na sede da ONU para o continente africano, em Nairóbi, Quênia.
Todo este complexo da ONU tem sistemas de conferência shure, e mais de 4.000 reuniões acontecem lá todos os anos. As salas principais do complexo funcionam como salas independentes e são combinadas para a UNEA, formando uma sala grande com capacidade para mais de 2 mil pessoas.
Para entender a complexidade desse tipo de evento, é preciso explicar os elementos de um sistema de conferência: um sistema em que cada participante tenha um microfone e um alto-falante para falar e ouvir os demais participantes. No caso da ONU, as unidades estão configuradas no modo delegado duplo. Além disso, a ONU possui placas de identificação para os participantes (MXCSIGN), que permitem a cada país encontrar sua localização (ou sua sede) pelo nome que aparece na placa, organizada em ordem alfabética.
Todos esses componentes estão conectados a um centro de controle (DIS-CCU) que permanece na área técnica. O software de gerenciamento do sistema (SW6000) determina como será o procedimento e todas as configurações de reunião.
A partir deste software, os técnicos podem programar a agenda de eventos, votação, horário de fala, abrir ou fechar qualquer microfone no sistema e também programar as placas de identificação de cada delegação.
Para esta montagem, o modo de operação era manual, para que o presidente pudesse abrir e fechar o microfone e também o de qualquer participante da sala. Os delegados, por sua vez, não conseguiram abrir o próprio microfone, mas tiveram que pedir o direito de falar.
Um dos desafios foi manter a organização e o cronograma. Especialmente, os tempos de duração dos discursos. No caso da UNEA, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o do Quênia, Uhuru Kenyatta, não tinham prazo para seus discursos. Todos os outros participantes tiveram 4 minutos para intervir.
Para notificar os alto-falantes de que seu tempo havia mais, o software SW6000, instalado em um computador ao lado do pódio, os notificou quando faltavam 1 minuto para terminar. No final de cada discurso, quando o relógio marcava 4 minutos, o microfone era automaticamente desligado, garantindo assim tempo igual para todos.
Há também o desafio de várias línguas. Um dos pontos mais sensíveis é a inteligibilidade e compreensão da informação (qualidade do áudio). Mais de 190 países membros da ONU participaram da reunião. Foi necessário oferecer tradução simultânea para vários idiomas como inglês, espanhol, francês, russo, árabe e chinês, e em algumas sessões, português e italiano.
Os participantes da reunião podem escolher o idioma que preferem ouvir através dos seletores de canais, que fazem parte do sistema de conferências, instalado nas mesas de cada delegação.
Um evento tão grande não poderia ter um resultado que não fosse tecnicamente perfeito. Todo o sistema se comportou muito bem, sem falhas ou problemas graças ao planejamento adequado, uma instalação bem feita e manutenção atualizada. Assim, mesmo quando os sistemas estão em operação há vários anos, eles continuam funcionando perfeitamente, mesmo nas aplicações mais críticas.
Em conclusão, sistemas de conferência com inteligibilidade e qualidade são importantes, não apenas para instituições globais como a ONU, mas para todo o planeta.
*Didiê Cunha é Especialista sênior em Desenvolvimento de Mercado na Shure.