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Por: Héctor Gómez Pérez
Pode-se dizer que hoje os sistemas multi-salão são o padrão para lugares como hotéis, clubes, convenções ou centros de reunião, pois permitem um controle eficiente dos recursos e a otimização dos espaços de forma simples para o usuário final.
Se falarmos sobre a área residencial, eles têm sido gradualmente posicionados, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, como uma alternativa para desfrutar da casa e da ampla gama de recursos tecnológicos oferecidos pelo mercado. Por isso queríamos convidar um grupo de especialistas para falar conosco sobre um tema que está crescendo na indústria A/V, já que o turismo de convenções, a instalação de centros de encontros em empresas e o conceito de casa inteligente continuam aumentando.
Do mercado residencial contamos com a participação de Glen Mella, presidente e diretor de operações da Control4; Juan Fernando Montoya, gerente de vendas da Divisão de Comunicação da Bosch; em nome da Crestron convidamos Carlos Otero Gutiérrez, das vendas técnicas da América Central e do Sul; do Brasil teremos Henry Lua, presidente da Audiogene; Luis Santiago, gerente de contas da Compuquip Technologies, e finalmente Tim Orr, gerente geral da Blue Wave Communications.
Evolução
Uma empresa que tem vasta experiência em sistemas de controle e divisão de zonas é a Bosch, que se aventurou nesse negócio desde 2000. Seu equipamento para essas soluções já está na sétima geração.
Segundo Montoya, a evolução tem sido gradual, mas destaca que nos últimos anos novos fabricantes se aventuraram, tanto para o nicho residencial quanto corporativo e "o controle e transporte por IP tem se consolidado, quanto o uso de interfaces gráficas, cada vez mais intuitivas e personalizáveis".
Glen Mella ressalta que nos últimos anos mais clientes querem combinar sistemas de áudio e vídeo multi-room com o controle de toda a casa para criar uma experiência completa de entretenimento, tudo isso adicionado ao controle de sistemas de iluminação, termostato e segurança. Uma opinião que chama atenção especial é a que tem a ver com o uso desses sistemas e a situação da economia: "Nos últimos anos, e devido à situação econômica, as pessoas viajam menos e ficam mais em casa, o que aumentou a instalação desses sistemas nas residências", Mella disse.
Por sua vez, Henry Lua considera que a situação indicada por Mella não tinha as mesmas características no Brasil, pelo menos durante 2009. "O mercado brasileiro, como em muitos outros países, sofreu muito com a crise econômica global. Os clientes simplesmente decidiram parar ou até mesmo cancelar seus projetos." Lua disse ainda que os sistemas multi-zonas são muito novos em seu país e estão apenas começando a ser implementados.
Outros que comentaram sobre a penetração de sistemas multifamiliais na América Latina foram Luis Santiago e Tim Orr, que disseram que "a implementação dessa classe de sistemas naquela região continua a crescer, além dos tipos de materiais que estão sendo utilizados na construção já estão preparados para sistemas multi-zonas e automação".
Um bom sistema
Você notou que o remédio que funciona bem para um membro da sua família não tem o mesmo efeito em você? Podemos dizer que o mesmo vale para sistemas multisalom; esses tipos de soluções devem ser projetadas de acordo com as necessidades específicas de cada usuário ou projeto. Juan Fernando Montoya ressaltou que "cada pessoa, cada lugar, cada local tem interesses e preferências muito particulares, por isso uma análise muito boa do espaço é essencial. Mais importante, é uma entrevista precisa e bem elaborada com o usuário final, tentando conhecer as necessidades e preferências para alcançar um sistema verdadeiramente funcional."
Carlos Otero, da Crestron, mencionou que um bom sistema desse tipo deve ter "painéis de toque que permitem o controle básico pelo usuário final (ajustar a iluminação, variar a temperatura, controlar o volume de áudio, etc.), e um sistema integral que permita automatizar funções como divisão das salas e roteamento de áudio e vídeo de acordo com o esquema de separação das salas".
Por sua vez, Glen Mella destaca que um bom sistema multi-vida para a casa deve emitir muitos fluxos de áudio simultaneamente, emitir áudio em frequências de rádio AM, FM e satélite, transmitir transmissões simultâneas de vídeo, transmitir em definição padrão e alta definição, ter acesso a formatos de vídeo que incluem filmes caseiros, cópias digitais armazenadas em unidades NAS, DVD e Blue-ray, conexões via Ethernet e Wi-Fi, e acesso a músicas e vídeos que são armazenados no iPod.
Todas as premissas acima, como facilidade de uso, para que o usuário possa manuseá-lo de forma diária e natural, sistemas amigáveis e que a maioria das funções complexas sejam feitas automaticamente. Além disso, o sistema deve ter uma matriz inteligente, de preferência com opções de escalabilidade para fazer mudanças futuras de forma simples e adaptações de acordo com as necessidades ou gostos do usuário.
O que vem a seguir
Os hóspedes têm certeza de que esses sistemas serão muito bem recebidos, não só pelas mudanças favoráveis na economia, mas porque graças a eles é obtido um melhor aproveitamento dos espaços de um edifício, além disso os usuários obtêm satisfação e conforto no interior. "Esses tipos de sistemas espalham uma atmosfera agradável em vários lugares, além de multiplicar o uso de áreas e a otimização dos espaços", disse Montoya.
Para Henry Lua, "2010 aparentemente será o ano dos sistemas multivádicos baseados em HDMI. Portanto, os clientes terão uma boa razão para investir novamente em novas tecnologias."
Em conclusão, podemos acrescentar que um sistema multi-living valoriza um edifício e gera uma percepção favorável entre usuários e visitantes. É também uma forma de simplificar a vida aumentando o prazer em um espaço comercial ou residencial.
Apêndice
Os alto-falantes são fundamentais dentro de um sistema de vários lounges. Por sua vez, o controle do mesmo e um bom design acústico são fundamentais para evitar ouvir a poluição entre as diferentes áreas.
Aproveitando-se do fato de que Carlos Otero, representante da Crestron, e Juan Fernando Montoya, da Bosch, são colombianos, queríamos fazer um resumo da importação de falantes na Colômbia durante 2009. Para isso, pegamos as dez empresas que mais importaram esse equipamento no primeiro trimestre e as acompanhamos ao longo do ano. No total, a Colômbia importou um total de 260.217 palestrantes no ano anterior, totalizando US$ 5.579.526,38. O resumo pode ser encontrado na Tabela 1 e Figura 1.