Na edição anterior foi possível apreciar a diferença entre os elementos da dinâmica e do capacitor. Recomendo estudar microfones de fita, piezoelétricos (usados em guitarras elétricas) e microfones de contato.
Juan Tamayo, CTS*
Microfones dinâmicos e condensador possuem muitas aplicações, tanto na indústria musical profissional quanto na indústria de instalação profissional. Mas, sem dúvida, a cápsula mais usada é o condensador.
Padrão polar
O padrão polar define a intensidade com que o som é capturado em um microfone dependendo do ângulo com o qual ele chega, basicamente é a maneira como o microfone ouve dependendo de onde o som vem. Existem vários tipos de padrões polares, os mais comuns são: omnidirecional, cardioide, hipercardiodo, linha + gradiente e figura em oito. Para uma questão de marketing, uma espécie de subesso foram criados como o sub-cardióide ou o semicardioide entre outros.
Os nomes dos padrões polares são aplicados de acordo com o ângulo de captura geralmente dado na frequência de 1 KHz. Omnidirecional corresponde a uma escuta de 360°, cardioide a 120°, hipercardioide a 100°, linha mais gradiente 90° e figura em 8 escutas em ambos os lados da cápsula, geralmente 120° cada, mas não há ou não sei uma definição de sua cobertura em graus. O leitor deve ter muito cuidado, pois as informações fornecidas por alguns fabricantes podem não incluir o padrão polar em outras frequências. Por exemplo, um microfone cardiodo a 1 kHz pode ser omnidirecional em frequências próximas a 250 Hz e hiper cardiodo em frequências próximas a 8 KHz.
O padrão polar tem associado fenômenos físicos. Um dos mais importantes é o ângulo de captura traseira, isso significa que quanto mais apertado o ângulo de captura de um microfone, é possível que o som entre atrás da cápsula. Um microfone cardioide não tem esse problema, mas um hipercardioide tem. Um exemplo claro disso ocorre quando em um palco eles colocam um retorno bem na frente do cantor e ele tem um microfone hiper cardioide, há uma grande possibilidade de que o fenômeno do feedback ou de retorno de feed ocorra, por isso é recomendado colocar os monitores em ângulo no palco. Em sistemas de instalação eu vi muito esse problema quando eles instalam microfones sky logo abaixo de um alto-falante do céu.
Um fenômeno físico que pode ser útil ao usar um microfone é o fator distância (DF). O DF refere-se à comparação da pressão sonora de acordo com duas cápsulas semelhantes com padrões polares diferentes. Tudo é feito em comparação com o omnidirecional e nos diz sobre o quão igual em volume um microfone captura com outra cápsula se eu movê-lo para longe do local inicial do microfone omnidirecional.
Por exemplo, eu tenho dois microfones com sensibilidade e impedância semelhantes, mas um é omnidirecional e o outro hipercardioide. Se a fonte de som estiver a um metro do microfone omnidirecional, para soar tão forte quanto o microfone hipercardioide deve estar a 2 metros de distância. Em outras palavras, se eu levar o microfone hipercardioide a um metro de distância eu vou ser capaz de atenuar o ganho para corresponder ao volume. Em conclusão, com um padrão mais fechado é possível utilizar menos ganho, o que otimizará o processo de ajuste da corrente durante a transmissão do sinal de áudio.
Construção de padrão polar
Existem duas maneiras de criar um padrão polar, um mecânico e uma forma eletrônica (microfones ambisônicos são uma mistura destes em vários estágios). A forma mecânica tem técnicas diferentes, mas basicamente são dadas pela diferença de pressão sonora na cápsula. A forma eletrônica é uma técnica amplamente utilizada em microfones com padrão polar variável, como o AT4050. Duas cápsulas ou mais, que ao mudar a alimentação delas, alteram a forma de capturar o padrão.
*Juan Tamayo é engenheiro sênior de aplicação da Audio-Technica América Latina, com mais de 10 anos de experiência realizando projetos audiovisuais como designer, integrador, consultor, entre outras funções. Você pode escrever para [email protected]