América Latina. Na região, a demanda por profissionais com habilidades de TIC será superior à oferta e 449 mil funcionários em tempo integral serão necessários até 2019, de acordo com o estudo sobre Habilidades em Rede na América Latina, encomendado pela Cisco à empresa IDC.
Essa lacuna faz com que empresas e governos enfrentem o desafio de encontrar profissionais com as habilidades certas, o que lhes permite impulsionar a inovação a ser competitiva globalmente.
O estudo analisa a disponibilidade de profissionais com habilidades de TIC na região entre 2015 e 2019 em 10 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, México, Peru e Venezuela. Em 2015, houve uma lacuna de 474 mil profissionais da rede na região e, embora represente uma ligeira redução de 1,4% na previsão de demanda para 2019, a evolução das redes e o caminho para a digitalização representam novos desafios profissionais, exigindo habilidades mais amplas para desenvolver e gerenciar infraestruturas de rede robustas e flexíveis.
As habilidades necessárias em tecnologias emergentes de rede incluem vídeo, nuvem, mobilidade, data centers e virtualização, big data, cibersegurança, IoT e desenvolvimento de software; além de habilidades básicas de rede, como conhecimento de comutação e roteamento, segurança, redes sem fio, comunicações unificadas e colaboração.
Além disso, os profissionais de TIC que são exigidos devem desenvolver outras habilidades não técnicas, como proficiência em língua inglesa, trabalho em equipe, resolução de problemas, gerenciamento de projetos, criatividade e inovação, habilidades de comunicação e uma atitude empreendedora. Isso mostra que os profissionais de networking precisam combinar habilidades técnicas e não técnicas para apoiar o ambiente de negócios cada vez mais complexo.
Outro fato relevante no estudo está relacionado à inclusão de mulheres. Em média, a participação feminina em equipes de networking em organizações é de 13,3%; e há 15,7% das empresas que não têm mulheres em suas equipes de trabalho nessa área. Segundo a UNESCO, as mulheres representam 31% do total de estudantes em carreiras de Ciência da Computação e Engenharia na América Latina, por isso ainda há oportunidades de melhoria nessa área.
A lacuna detectada pelo país no estudo é a seguinte:
- Argentina: Em 2015, teve uma escassez de 13.580 funcionários em tempo integral (FTE) com habilidades de networking e em 2019 deverá ser de 12.771. No caso de profissionais com habilidades em tecnologias emergentes, a diferença será de 82%.
- Brasil: Em 2015, teve um déficit de 195.365 FTE e para 2019 deve ser de 161.581. No caso de profissionais exigidos em tecnologias emergentes, a diferença é de 59%
- Chile: Em 2015 teve uma escassez de 19.513 FTEs e em 2019 será de 5.302 e terá uma lacuna de 79% dos profissionais com habilidades em tecnologias emergentes
- Colômbia: Em 2015 teve uma carência de 28.530 FTE e em 2019 será de 25.195 FTE. A falta de profissionais com habilidades em tecnologias emergentes será de 66%
- Costa Rica: Em 2015 teve uma escassez de 4.898 FTEs e em 2119 será de 3.566, com uma diferença de 74% dos profissionais com habilidades em tecnologias emergentes
- Equador: em 2015 teve uma carência de 8.669 FTE e em 2019 será de 9.201. E será 62% a lacuna de profissionais necessários com habilidades em tecnologias emergentes
- México: em 2015 teve um déficit de 157.934 FTE e em 2019 será de 148.052. E terá uma lacuna de 49% dos profissionais com habilidades em tecnologias emergentes
- Peru: Em 2015, teve uma escassez de 15.352 FTEs e em 2019 será de 17.148, com uma diferença de 94% dos profissionais com habilidades em tecnologias emergentes
- A República Dominicana em 2015 teve um déficit de 6.090 FTE e em 2019 será de 6.639. A falta de profissionais com habilidades em tecnologias emergentes será de 65%
- Venezuela: Em 2015, houve falta de 7.826 FTE e para 2019 o número será de 23.167.
De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em média, países da América Latina que aumentam a penetração de banda larga em 10% têm um aumento associado de 3,19% do seu produto interno bruto. Por isso, entre outros, é muito importante fazer um esforço conjunto entre academia, governo e setor privado para contribuir para melhorar o número de profissionais com habilidades de TIC que ajudam a acelerar o crescimento econômico, melhorar a produtividade e permitir a criação de novos empregos.
Metodologia do estudo
A IDC realizou 760 entrevistas em 10 países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, México, Peru e Venezuela. As entrevistas foram segmentadas por tamanhos verticais e de segmentos do setor: governo, saúde, educação, telecomunicações, serviços financeiros, manufatura, atacado e varejo, mídia e radiodifusão, publicação, viagens, transporte e distribuição, recursos e serviços e empresas com mais de 100 funcionários.
Os respondentes foram selecionados com base em suas responsabilidades em redes de infraestrutura e gestão, envolvidos no projeto, operação e manutenção da rede, instalação e suporte.
As entrevistas foram realizadas na língua nativa dos entrevistados (espanhol e português). Para estimar a lacuna de habilidades nas redes, a IDC projetou um modelo que considerava práticas contínuas de pesquisa da IDC sobre redes e tecnologias de informação, bem como fontes de dados com resultados de entrevista para fornecer uma visão precisa da oferta e demanda de habilidades.