América Latina. A base da Internet das Coisas (IoT) é a interconectividade, o fato de ter qualquer dispositivo ou objeto conectado a uma rede e ser capaz de obter informações dela ou controlá-la remotamente através da rede, gera um mundo de oportunidades antes inconcebíveis. Há alguns anos, essa possibilidade era algo que só era visto em filmes de ficção científica.
Hoje em dia a interconectividade é uma realidade, o fato de poder acessar o micro-ondas do celular, fazer as luzes da casa acenderem porque seu celular está por perto, ou que, ao levar nosso carro para a oficina, o mecânico já tem todas as informações sobre o funcionamento do mesmo e os possíveis problemas que você pode ter, são alguns exemplos das oportunidades que você tem com ioT.
Em um futuro próximo tudo estará conectado, e tudo será controlado, mas qual é o limite dessa interconectividade? Até onde a privacidade vai? Sempre olhamos para esses avanços do lado das oportunidades, mas como nós, há outras pessoas que veem nesses avanços tecnológicos uma oportunidade de expandir seus negócios obscuros ou fraudulentos com novas oportunidades de enriquecer a si mesmos ilicitamente.
O aumento do fluxo de informações através de redes globais de comunicação também significa um aumento das intenções de acesso aos dados que passam por essas redes sem autorização. O futuro é claro, mas estamos preparados para esse futuro?, Existe uma infraestrutura adequada?, Quem controlará o fluxo de informações? Estamos claros sobre como podemos proteger nossas informações?, Podemos confiar nos provedores de serviços para cuidar e proteger nossos dados? É necessário que tanto as medidas de controle público e privado, quanto programas e soluções que permitam não só o controle, mas também a segurança diante dessa tendência crescente, comecem a ser implementadas agora.
Dispositivos interconectados têm infinitas oportunidades e opções de automação, para tornar nossas vidas mais confortáveis e produtivas, adotando novos e diferentes tipos de equipamentos e dispositivos, mas também podem ser perigosos para o usuário. De acordo com dados do Gartner, em 2020 a IoT será alvo de mais de um quarto dos ataques cibernéticos que ocorrem.
Ataques que poderiam resultar em um risco mortal, por exemplo, acesso a um computador que controla um veículo para desativar os freios, mudar a rota de um avião e causar uma catástrofe de ar, ligar o fogão em uma casa remotamente, alterar o equipamento médico usado em um hospital, entre outros. A exposição de dispositivos interligados na rede vai desde brinquedos simples até dispositivos utilizados no setor saúde. A insegurança nesse novo movimento é uma realidade que todos os usuários devem estar cientes e, portanto, é um dever proteger a informação e a própria vida.
Hoje existem várias soluções no mercado que nos permitem oferecer um certo nível de segurança aos usuários que estão começando a explorar o mundo da IoT, mas a grande maioria dessas soluções tradicionais não tem a simplicidade, flexibilidade, dinamismo e adaptabilidade que o crescimento exponencial da IoT exigirá e infelizmente não podemos delegar cegamente a proteção de nossas informações aos prestadores de serviços, que, em muitos casos, não podem e não se responsabilizam por essas questões.
É por isso que, quando uma empresa ou organização decide entrar no mundo da IoT, ela deve procurar soluções inovadoras que acompanhem tendências globais e respondam a perguntas como a de proteção e segurança da informação adequadas? Quão exposto estou na emissora? É flexível e fácil de implantar e configurar? É econômico? É adaptável? É uma solução HW ou SW? Pode evoluir? Quão complexa é sua administração? É tecnologia de última geração?
Agora, encontrar e oferecer soluções de segurança que impeçam e assegurem os usuários contra essa evolução tecnológica é essencial para acompanhar empresas e indivíduos durante todo o processo de adoção dessas novas tecnologias e adaptação à infraestrutura que as acompanha.
Esses são dois fatores que, se implementados o mais rápido possível, podem afetar positivamente o uso de dispositivos conectados à IoT, já que espera-se que até 2017, 8,2 milhões de dispositivos como smartphones, tablets, televisores, computadores, consoles de videogame e até mesmo jogadores Blu-Ray estejam conectados à Internet. Isso representa um aumento de 90% em relação à estimativa de dispositivos conectados em 2013 e também pelos cálculos do aumento da população mundial nos próximos três anos, podemos esperar um número de 1,1 dispositivos por habitante.
Depois de todos esses cenários (aumento da capacidade e oportunidade de conexão de dispositivos, adequação da infraestrutura de TI, regulação e segurança) os custos que essa realidade pode gerar serão evidentes. De acordo com outro estudo do Gartner, até 2020 a Internet das Coisas criará US$ 1,9 trilhão de valor econômico adicionado e mais de 30 bilhões de dispositivos terão uma conexão à Internet. A economia mundial será transformada devido à mudança nos modos de interação e funcionamento social e profissional.
A interconectividade anteriormente parecia impossível, ser conectado por cabos era a única realidade. Atualmente estamos enfrentando uma nova era, um novo mundo que se transforma imediatamente e que dificilmente podemos chegar ao tamanho com estatísticas e cálculos. É necessário aceitar todas essas possibilidades e se preparar para evitar qualquer ataque que possa surgir ao usar esse tipo de tecnologia, pois assim como seu escopo é infinito, seu perigo é infinito.
*Texto escrito por Carlos Ferrer, vice-presidente de indústria financeira e líder da Unisys Enterprise Solutions para a América Latina