
Por: Lorena Stapff
Qualquer um já viu: dias sombrios afetam o humor das pessoas. Não é o mesmo começar um novo dia com um sol radiante, do que sair da cama com os dias mais opacos. Essa é a capacidade que a luz tem: modifica o humor dos indivíduos e até cria atmosferas e sensações quando acompanhada por outros motivadores sensoriais, como a música.
O texto a seguir tratará de efeitos especiais de iluminação e seu papel no mundo do entretenimento, arquitetura e marketing. Para isso, a AVI LATINOAMÉRICA convidou duas pessoas que trabalham com luz; o primeiro deles do projeto arquitetônico: o arquiteto Pedro Alejandro Garza de Yta, diretor geral de Manutenção Arquitetônica Integral, do México; no lado do show o convidado é Maneco Quinderé, designer de iluminação do Maneco Quinderé Asociados, do Brasil.
A luz é o protagonista
Invariavelmente, efeitos especiais continuam sendo amplamente utilizados em shows, musicais, peças teatrais, e gradualmente ganharam destaque em outras áreas, como restaurantes e residências de alto estrato, como apontou Pedro Garza. Este especialista acrescentou ainda que "outra questão em que esse tipo de iluminação está muito na moda está no embelezamento das cidades, destacando o potencial da luz como elemento urbano e adquiriu importância no repensar do espaço público e dos museus".
Maneco Quinderé disse que os efeitos especiais estão se tornando cada vez mais importantes para eventos corporativos em grandes empresas, que exigem uma enorme quantidade de equipamentos e elementos para seus lançamentos. Garza concordou com Quinderé e acrescentou que "a estratégia de uso de efeitos especiais é difundida em espaços comerciais e de marketing , como distribuidores de carros, lojas de roupas ou qualquer estabelecimento comercial cuja imagem para o público é importante".
Atualmente, a tecnologia LED tornou-se popular em efeitos especiais de iluminação. "Os mais utilizados hoje são os LEDs, as telas feitas com essa tecnologia e a programação que pode ser feita com eles", disse Quinderé.
Sobre os tipos de iluminação para gerar diferentes efeitos, Garza mencionou a nota, que é usada principalmente para destacar texturas; efeitos de acentuação "como um efeito seguidor em um teatro ou uma luminária de um feixe muito fechado que ilumina uma pintura de uma forma muito específica". Sobre a mudança gradual das tecnologias, ele disse que "na questão da acentuação e dos efeitos especiais, temos uma concorrência aberta entre luz incandescente e LEDs".
O que você não pode perder
Os dois convidados expostos de sua área de conhecimento o que não pode faltar ao trabalhar com efeitos especiais de iluminação. Pedro Garza disse que, se for levado em conta que "tudo o que o ser humano vê é luz refletida", uma análise exaustiva das superfícies em que o projeto será realizado deve ser feita. "Isso deve ser complementado pela tarefa que será realizada no local para que a iluminação seja o que o ser humano precisa para realizar uma determinada função."
Isso é considerado importante pelo mexicano para poder combinar as características arquitetônicas do local com o uso que as pessoas darão ao espaço, a fim de integrar os componentes apropriados.
Maneco Quinderé, que já fez o projeto de iluminação para muitos shows e peças dentro e fora do Brasil, considera que o tema dos efeitos especiais é muito amplo e não há chave para o que não pode faltar, já que tudo depende do que você quer transmitir e deu como exemplo um show com música: "Se você precisa de efeitos para harmonizar com a música em um show, esses efeitos dependerão da performance, da música, do que você quer transmitir. O uso de luzes led ou de filme depende da parafernália visual que compõe o conjunto, o design geométrico. Os efeitos especiais de iluminação em uma peça, por exemplo, dependem muito do artista para quem o efeito é realizado, nas letras das músicas, no ritmo e nos efeitos musicais, pois na música há dinâmicas diferentes de luzes."
Ele ainda observou que deve haver uma comunicação e compreensão perfeitas entre quem está fazendo a iluminação e quem está projetando o projeto; tanto que ele disse que essa harmonia entre as duas pessoas é mais importante do que os próprios efeitos especiais.
Os desafios e a indústria que está por vir
Ao discutir os desafios e desafios que a indústria de efeitos especiais deve enfrentar, ambos os convidados concordaram que o principal desafio tem a ver com economia de energia e cuidados ambientais. O primeiro a comentar foi Pedro Alejandro Garza de Yta e ele se baseou nas palavras que ouviu de um designer japonês, na sua opinião as mais precisas que ouviu em sua jornada pela indústria: "o desafio é buscar mais beleza com menos energia".
Segundo Garza, é necessário um uso ideal de energia para não desperdiçar recursos naturais ou infraestrutura de iluminação "para que a questão do consumo de energia não continue a nos fazer ter dificuldades com a questão da ecologia. Grande parte da luz que é gerada neste planeta, e que pode ser vista nas fotos espaciais, vai para o cofre celeste, que se torna um desperdício de energia", disse Garza.
Maneco Quinderé disse que "o grande desafio é ter equipamentos com baixo consumo de energia e com mais funções, não só na mudança de cor, mas em efeitos mais visuais. O desafio agora que temos leDs, é transformar esses movimentos de luz em lâmpadas que consomem menos energia, porque hoje são necessárias coisas mais verdes, mais ecologicamente corretas."
A indústria de efeitos especiais está se tornando cada vez mais especializada. Já não é mais o mesmo de mais de 100 anos atrás, quando havia apenas a lâmpada incandescente, portanto, designers e instaladores de iluminação têm que estar constantemente treinando para conhecer os novos produtos e tecnologias e como combiná-los para entregar um trabalho de melhor qualidade ao usuário final.
Sobre o futuro da indústria, Garza disse que "nos próximos anos teremos uma oferta técnica que teremos que incluir com uma racionalidade especial para não estarmos envolvidos em um turbilhão de mudanças que podem ser efêmeras. Esses produtos serão muito focados na economia de energia, LEDs, fibra óptica e holofotes miniaturizados. Isso aumentará as variáveis para a tomada de decisões."
Quinderé comentou sobre o futuro próximo que a principal pesquisa será voltada para tecnologias que utilizam LED's e acrescentou que "os novos efeitos da iluminação de palco girarão em torno do baixo consumo de energia e durabilidade do equipamento".