
Por: Héctor Gómez Pérez
Embora no início desta década as primeiras telas com tecnologia LED mal fossem anunciadas, hoje marcas como Barco (Bélgica), Lighthouse Technologies (Hong Kong) e a japonesa Hibino, Mitsubishi, Panasonic e Toshiba são os protagonistas do mercado desse tipo de tecnologias. No mundo corporativo e nas ruas de muitas cidades da América Latina, as telas de LED vêm ganhando um espaço como indicado para a sinalização digital e a transmissão de todos os tipos de conteúdo.
Além de utilizar os dados estatísticos fornecidos pelo portal da Internet TheDatamyne.com, dois especialistas convidados na área nos acompanharam em um tour que buscou analisar as importações desses equipamentos em 2008, a situação atual das tecnologias e suas projeções futuras. Em nome da Barco Brasil contamos com a participação de Ricardo Ferrari, gerente de negócios; da Lighthouse Technologies o convidado foi Adrián Morel, gerente geral para a América Latina. Eis o que encontramos.
É assim que somos.
Comparativamente falando, as telas LED basicamente diferem dos LCDs e plasma pelo seu mercado: enquanto os dois últimos apontam para o mercado interno, no que tem a ver com os LEDs exteriores possuem supremacia, embora também sejam usados dentro de casa. Além disso, seu tamanho é ilimitado e sua visibilidade, contraste e brilho é muito melhor.
Em relação aos países que mais consomem na América Latina esse tipo de soluções, a Ferrari respondeu que são Argentina, Uruguai, Brasil, Colômbia, Venezuela e México. No entanto, Morel disse que "em geral, todos os países da região estão importando telas de LED, exceto o Brasil. Isso se deve a políticas protecionistas e altos impostos de importação, que no final da soma acabam custando 80% a mais para importar para o Brasil." Embora seja preciso lembrar que Barco, ao contrário do Farol, tem presença no Brasil, razão pela qual a opinião divergente entre ambos os convidados.
Neste ponto é importante contar com a Datamyne, onde foi constatado que para 2008 (não há números consolidados para 2009), das 20 maiores empresas que importam telas led na América Latina (com exceção do Brasil e do México), com base no valor em dólares: sete eram chilenos, seis colombianos, três argentinos, dois uruguaios, enquanto Equador e Peru tinham uma empresa no ranking. Falaremos mais detalhadamente sobre este assunto mais tarde.
Os principais compradores dessas tecnologias são representados por empresas dedicadas a aluguel, instalação fixa, entretenimento, mídia ao ar livre e mercado corporativo. Ferrari destacou a Pemex (Petróleos de México) como um dos clientes que para sua empresa estão localizados nesta última caracterização.
O Agora e o que está por vir
Embora 2009 tenha sido um ano em que a crise econômica roubou os holofotes em muitas indústrias, nossos dois convidados concordaram em algo sobre telas de LED: é um mercado estável e com tendência de alta. "2009 está sendo um ano melhor do que 2008", disse Ricardo Ferrari.
Por sua vez, Adrian Morel disse que "este é um ano que tem sido duramente atingido pela crise econômica nos Estados Unidos desde outubro de 2008 e depois pela gripe A na Argentina, Brasil e México. Por essas razões, a comparação torna-se difícil com o ano anterior. No entanto, pode-se dizer que o mercado permanece estável e em crescimento. A Lighthouse tem uma participação anual de vendas de US$ 3 milhões na América Latina e essa média continua sendo segurada."
Sobre o momento atual e o que virá, Morel disse que a crise econômica adiou alguns projetos, mas há sempre a possibilidade no negócio de que a venda feche após seis meses ou até mais. Ele também disse que novos mercados foram abertos, mais do que pela recessão, pela globalização que fez todos os países quererem ter a tecnologia que já é líder no primeiro mundo. "Por essa razão, apesar de ainda ser caro, a cada dia você vê mais projetos em que a tecnologia LED está envolvida", disse ele.
Embora o uso de telas LED esteja se tornando cada vez mais popular devido a fatores como moda, imitação do que é consumido em outros países ou preços mais acessíveis, Adrian Morel considera que muitos clientes não têm valorizado o principal motivo para o uso dessa tecnologia. Segundo ele "a empresa que hoje não investe em publicidade com LEDs está fadada a desaparecer, pois quando instalam um display ao lado de outdoors, ou placas ao ar livre, o impacto visual dos LEDs é tão grande que todo tipo de sinalização fixa vai para o fundo ou muitas vezes despercebida".
Os números
Se a Tabela 1 for avaliada, que se refere à importação de telas led para a América Latina em 2008, descobrimos que entre os 20 primeiros lugares aparece apenas uma empresa equatoriana (da qual não há identificação), mas ocupa o primeiro lugar tanto em termos de número de equipamentos importados (247.509) quanto da quantidade de dinheiro investido (US$ 1.647.228). Por sua vez, destaca-se o surgimento de sete empresas chilenas e seis colombianas, o que fala do apogeu que a tecnologia está adquirindo gradualmente nesses dois países. Por fim, é particularmente impressionante que na posição 17 aparece a empresa chilena Automática y Regulación S.A com apenas 5 equipes e um investimento de US$ 166.200, um caso semelhante ao do Instituto Colombiano de Esportes (posição 23) que embora não apareça na tabela vale a pena destacar, pois embora apenas uma equipe importe, seu custo foi de US$ 99.873.
Isso mostra o crescimento da tecnologia na região e a forma como as telas de LED se consolidam como opção de transmissão de informações, especialmente em vias públicas e espaços abertos.