
Por: Héctor Gómez Pérez
Há muitos nomes que ao longo da história receberam algumas cidades do mundo. Para a exposição vamos citar Nova York, conhecida como a Capital do Mundo; Roma, a Cidade Eterna; Guayaquil, a Pérola do Pacífico; Arequipa, a Cidade Branca ou Chicago, a Cidade dos Ventos.
Com a passagem do tempo La ville-lumière (a Cidade das Luzes), o nome com o qual Paris é conhecida, por ser a primeira cidade do mundo a fornecer suas ruas e edifícios importantes com luz elétrica, também poderia ser aplicado a outras cidades em que a iluminação faz parte da paisagem e desempenha um papel preponderante em termos arquitetônicos: Las Vegas, nos Estados Unidos; Madrid, na Espanha, ou para o nosso caso próximo o belo e bem iluminado centro histórico de Guayaquil, no Equador.
A iluminação de fachadas e edifícios tem sido uma tendência que ganhou terreno nos últimos anos, especialmente em ícones ou referências da cidade, como prédios públicos, igrejas, museus e centros históricos. Para falar sobre o tema, a AVI LATINOAMÉRICA convidou duas vozes autoritárias: Adrián Morel, CEO da Lighthouse Technologies e arquiteto Ricardo Pablo Aguilera.
Aspectos importantes
Iluminar a fachada de um prédio não é tão simples quanto dar prazer ao capricho do proprietário ou gerente de um prédio para dar vida, volume e cor à estrutura. É preciso respeitar o tipo de construção, especialmente no caso de monumentos históricos em que o patrimônio nacional deve ser preservado.
Nos edifícios patrimoniais, devem ser levadas em consideração considerações como história, iconologia, estilo, proporções, pontos visuais, uso social e estética.
Atualmente, a tecnologia mais utilizada para esses fins é a led, embora o arquiteto Aguilera aponte que nem sempre pode ser adequada "justamente por causa de alguns tipos de materiais de construção ou suas proporções. Os edifícios patrimoniais que foram restaurados e cobertos com uma malha protetora de aves, exigem um estudo específico de iluminação e o uso da tecnologia LED pode ser insubstancial", disse.
Por outro lado, esse tipo de adaptação de iluminação é regido por códigos de construção ou construção e "varia de cidade para cidade", explica Adrian Morel, que acrescenta que o impacto desses projetos é muito significativo nas áreas urbanas. Nesse sentido, Aguilera se referiu ao caso mexicano: "Para fachadas de prédios patrimoniais, o Instituto Nacional de Antropologia e História restringiu a fixação de equipamentos de iluminação e está em processo de limitação do uso de equipamentos embutidos no piso devido à poluição luminosa. Nesse sentido, as projeções de iluminação artificial em edifícios patrimoniais adquirem um papel principalmente cenográfico e/ou artístico."
Tendências e impacto social
Na opinião de Morel, é a própria cidade e sua arquitetura que determina o tipo de iluminação para suas fachadas, por isso ressalta que existem cidades muito tradicionais e outras que estão abertas a fachadas criativas. " O art déco é uma tendência que está sendo vista em muitos lugares da América do Sul, onde a penetração de cores primárias para iluminação de fachada está se recuperando."
Aguilera, por sua vez, disse que a tendência da iluminação de fachada que se impõe hoje em dia é a de megaprojeções. Sobre o impacto que esse tipo de adaptação tem sobre as pessoas da cidade e suas referências arquitetônicas, ele apontou que "o impacto será sempre grande, positivo para um grupo social e oposto para os outros, dependendo do grau de abertura do pensamento".
Outra questão que nos interessava foi a relação do aspecto físico, neste caso as luminárias, com a gestão de luzes e software, contra a qual o especialista em tecnologias do farol apontou que "a relação habitação x software é um pouco contrária às fachadas. Neste momento predomina a iluminação monocromática, seja branca ou colorida. O software para aplicações de luminária RGB (mudança de cor) torna o projeto muito caro", talvez por isso eles não desfrutem de muita aceitação no momento.
História, futuro e cuidado
Se quisermos traçar a história dessa tendência de iluminação devemos direcionar a atenção para a Europa, não em paris em vão foi a primeira cidade a encher suas ruas com luzes à noite, como mencionado acima. Aguilera diz não ter dados precisos para determinar onde a iluminação das fachadas começou, mas ressalta que foi o Velho Continente que estabeleceu o ritmo da iluminação artificial e o respeito ao meio ambiente nesta disciplina. "Acho que a projeção em um prédio foi feita desde que o cinema teve presença no mundo, a diferença hoje está nos objetivos das projeções."
Sobre o cuidado e manutenção da iluminação ao ar livre, nossos especialistas apontam algumas recomendações que poderiam muito bem ser levadas em conta. Embora essas instalações não exijam manutenção frequente, se uma semestral for recomendada, o que pode até ser feito antes, se o edifício estiver próximo de áreas marítimas em que o saltpeter se deteriora mais rapidamente qualquer instalação externa.
Em termos dos riscos que esse tipo de iluminação representa para os usuários dos edifícios ou para os transeuntes por si mesmos, Morel ressalta que eles representam um nível de quase zero por serem baixas tensões, enquanto Aguilera especifica que pode haver riscos, mas eles podem ser liberados com um estudo profundo para isso.
Muito certo, a iluminação das fachadas continuará aumentando em torno do mundo em edifícios patrimoniais, edifícios com tendências publicitárias e construções habitacionais com tendências conceituais, sobre as quais deve ser tomado um cuidado especial é que um uso consciente da iluminação deve ser feito e com profundo respeito à natureza, como ressalta Ricardo Pablo Aguilera: "A luz é um elemento vivo que devemos tratar com respeito."
Por sua vez, Morel termina dizendo que a iluminação ao ar livre e uma cidade bem iluminada aumentam o turismo, tornando-se uma atividade que pode ser feita 24 horas por dia. "Cidades como Las Vegas são uma máquina de fazer dinheiro porque as pessoas consomem dia e noite. A iluminação noturna aumenta o turismo e beneficia as economias locais", disse ele.