A América Latina é uma das regiões que serão fundamentais para o crescimento do setor de TI nos próximos três anos. Os países em que esse crescimento se concentrará são México, Peru, Brasil, Chile, Argentina.
Por Francisco Villarreal*
Sempre nos surpreendemos quando revisamos as estatísticas de como a tecnologia está presente em nossas vidas, especialmente as da Tecnologia da Informação. Por exemplo, basta pensar que, em 2012, 15 bilhões (15 bilhões no sistema inglês) de dispositivos móveis estavam funcionando no mundo, entre smartphones, tablets e laptops com conexão sem fio.
A partir desse mesmo ano, temos os dados que, na região Ásia-Pacífico, 40% dos funcionários conectados às suas fontes de trabalho remotamente através de um celular.
81% das pessoas que trabalham no planeta usam algum tipo de dispositivo no trabalho. Só na China, 90% dos gestores de TI implementarão estratégias bring your own device (BYOD).
BYOD é uma estratégia na qual os gestores de TI permitem que os usuários de uma rede corporativa tragam seus próprios dispositivos móveis para seus escritórios. Assim, os switches de dados têm que oferecer suporte para o desenvolvimento de iniciativas tecnológicas, como essas. Para responder a isso, vamos pensar por um momento sobre os seguintes pontos:
As políticas da BYDO envolvem muitos desafios para os administradores de TI, pois aspectos como aplicativos corporativos padronizados, segurança da informação e proteções contra ameaças de computador devem ser considerados.
Nem todos os colaboradores que poderiam participar dessa estratégia têm o mesmo perfil, nem as mesmas necessidades quando entram nos recursos da rede corporativa. Do ponto de vista da infraestrutura de rede, os administradores e engenheiros do sistema são desafiados a sustentar a convergência sobre uma única rede, o tráfego de rede corporativa com a carga adicional dos usuários que participam de programas BYOD.
Tudo isso implica que, do ponto de vista do acesso à rede, que é precisamente a fronteira em que os dispositivos móveis se conectam à rede corporativa, a rede empresarial deve ter capacidade e flexibilidade para suportar essa nova mudança e adotar um novo paradigma.
Há muitas vantagens por trás das iniciativas da BYOD, mas o desafio a superar é que, ao adotá-las, não deve haver impacto no funcionamento normal dos serviços de dados de computador da empresa e na experiência dos usuários com BYOD e o resto da equipe que se conecta em todos os momentos para obter as informações.
Dito isso, ter uma infraestrutura de rede composta por switches de dados que tenham "inteligência" suficiente para reconhecer o tipo de usuários, o tipo de dispositivos que o acessam, e diferenciar suas funções para dar-lhes acesso aos aplicativos que eles precisam. Tudo isso deve operar, minimizar o impacto e facilitar a migração para essas políticas e redes de trabalho.
O diferencial que atualmente determina e gerencia as operações dos usuários e administradores de TI é o sistema operacional. Hoje em dia existem sistemas operacionais modulares, baseados em arquiteturas abertas, com as quais é possível prever os comportamentos e necessidades da rede, diante de mudanças ou adaptações, sua modularidade permite carregar novos processos e rotinas focadas em segurança, gestão de recursos e identificação de usuários e seus dispositivos.
Com esses recursos, a rede "reage" aos eventos de acesso e desconexão de usuários e dispositivos, evitando assim uma sobrecarga no processo de gerenciamento e recursos, tornando-se uma poderosa ferramenta para os gestores de TI.
Esses mesmos recursos podem ser usados até mesmo em ambientes virtualizados, tanto para servidores em data centers quanto em sessões de trabalho remoto para usuários que trabalham em programas BYOD. Todos os processos de rede, no futuro, serão executados em memórias protegidas que proporcionam resiliência contra ataques ou processos fracassados na mesma rede.
Para apoiar essas estratégias, sistemas de rede definidos por software ou SDN (Software Defined Networks) permitirão reconhecer as funções de cada usuário e/ou dispositivo que acessa a rede, mecanismos de automação para que a rede se reconfigure respondendo às atividades identificadas, crie uma administração automática e aplicação de perfis de segurança.
O objetivo é que, antes da implementação de esquemas BYOD, leve os administradores a ter uma rede convencional estática e sejam reativos antes das mudanças, para uma rede onde a inteligência está no acesso à rede para levá-la a um modelo dinâmico e proativo.
O conceito de mobilidade de rede vai além de suportar dispositivos móveis ou fornecer uma rede para eles. Engloba toda a convergência de todos os serviços de TI em uma única rede inteligente que tem a capacidade de responder e se adaptar às mudanças.
As redes serão parte fundamental do crescimento e qualidade de serviço de todas as empresas do mundo, nos próximos 3 anos.
América Latina, expande suas redes
Nos últimos 3 anos, as nações latino-americanas mantiveram crescimento sustentado na maioria dos setores produtivos de suas economias, incluindo a TI, que permanece em ascensão e sem expectativas de mudança ou estagnação.
A tendência que será mais apreciada nos próximos anos será a da BYOD; Atualmente, mais de 250 milhões de trabalhadores já fazem uso dele. Na América Latina, as redes 4G (LTE) e a democratização dos smartphones serão decisivas para o compartilhamento maciço de dados de trabalho (dados IDC).
Esse cenário prevê que a LATAM terá um crescimento de 10,3% no setor de Tecnologia da Informação (TI) durante este 2013, o que representa o dobro do desenvolvimento de nações altamente desenvolvidas.
Os países de destaque onde a atenção terá que ser dada no campo da TI são: México, Peru, Brasil, Chile, Argentina, que serão líderes na adaptação e uso dessa tecnologia.
Por sua vez, o crescimento da banda larga fixa e móvel, o uso de redes de dados LTE, a implementação e desenvolvimento de cidades inteligentes, melhorias na segurança dos computadores, novas técnicas de educação a distância digital, teletrabalho, mídia e Radiodifusão, serão os pontos-chave na implementação de redes convergentes.
O uso e transferência de dados de computador será uma "mercadoria" que será vendida e fornecida em todos os países como algo necessário para gerar crescimento e qualidade de vida em cada sociedade.
Para barras laterais
- A BYOD será essencial para o desenvolvimento de empresas globalmente, mais de 250 milhões de trabalhadores já fazem uso disso.
- 81% das pessoas economicamente ativas usam um celular.
- 90% dos gerentes de TI na China implementam BYOD.
- A SDN será a tendência que mudará a forma como as redes são usadas em um negócio.
- A LATAM será a área-chave de crescimento para o setor de TI nos próximos três anos.
- Os principais países latino-americanos no setor de TI serão México, Peru, Brasil, Chile e Argentina.
- As redes de computadores serão um ponto-chave para o desenvolvimento socioeconômico das nações emergentes e desenvolvidas.
*Francisco Villarreal é Diretor de Engenharia Regional da Extreme Networks.