A Argentina. O conceito de Cidade 4.0 compreende um espaço geográfico, cultural, político e administrativo no qual o governo e a comunidade adotam o uso inteligente das TIC para viabilizar a inovação e o desenvolvimento sustentável. Este termo foi definido pelo Dr. Alejandro Prince, diretor da Prince Consulting, no webinar dado em conjunto com a 5G Americas.
"A cidade 4.0 é outra fase da revolução cognitiva", disse Prince, que também é um renomado especialista internacional e palestrante sobre a sociedade do conhecimento e a economia. "A Internet das Coisas, o big data, a IA (Inteligência Artificial), a nuvem e o blockchain, entre outras tecnologias, são usados para transformar mais dados em informação, mais informações em conhecimento e isso em inteligência para resolver problemas e criar valor cívico."
A adoção das TIC no contexto da Cidade 4.0 permite gerar oportunidades de inovação para o desenvolvimento futuro das capacidades individuais e coletivas de uma comunidade formada por Governo, empresas, sociedade civil e academia. Além do componente tecnológico, disse Prince, é necessário consenso político para a realização de projetos relacionados a cidades inteligentes.
"Hoje, e embora o assunto tenha sido falado por duas décadas, são 1% das cidades latino-americanas que estão usando de forma inteligente as TIC para serem Cidades Inteligentes. A barreira não é a tecnologia ou a economia, mas a vontade política e o consenso para fazê-lo", disse o especialista.
O especialista destacou elementos históricos do desenvolvimento tecnológico que levam à oferta de infraestruturas e ecossistemas presentes na cidade de novas soluções baseadas em conectividade e serviços digitais. No contexto de uma terceira revolução industrial focada na colaboração, a Internet figura como elemento central envolvendo o uso humano, mas também a comunicação entre máquinas no contexto da Internet das Coisas (IoT).
A conectividade aparece como um elemento central que permite conectar comunicações entre pessoas, máquinas e entre todo o ecossistema tecnológico. A personalização de dispositivos e plataformas permite aumentar o uso de serviços de IoT, computação em nuvem, inteligência artificial e análise de Big Data. Essas soluções digitais, habilitadas pela conectividade de rede que inclui as móveis, conectarão a infraestrutura da cidade (como transporte e energia) com serviços que as tornarão mais "inteligentes".
Essa inteligência não deriva da aplicação da tecnologia em si, mas da capacidade de extrair mais informações dessas infraestruturas, analisá-las e gerar valor por meio da melhoria de processos, planejamento urbano e serviços prestados à sociedade.
Prince ressaltou, durante sua apresentação, a importância do desenvolvimento tecnológico para permitir, por exemplo, a redução histórica do preço da produção tecnológica e as previsões de apropriação de TIC. Assim, espera-se que até 2020 o número de dispositivos conectados por pessoa ultrapasse 6,5, situação que, por sua vez, impulsiona o conceito de cidades inteligentes devido à capacidade de comunicar infraestruturas e serviços com o usuário final através de mais dispositivos e aplicativos.
A gravação do webinar "Cidades 4.0" pode ser vista aqui.