América Latina. Essas últimas semanas têm sido um verdadeiro teste de agilidade, adaptabilidade e perseverança para organizações que já estão prevendo sua própria transição para o "novo normal". A mudança agora é a nova constante. As empresas na América Latina estão vendo e vivendo que o que funcionou no passado, pode não dar-lhes os mesmos resultados hoje, e provavelmente no futuro. Por que? As expectativas de funcionários, clientes, fornecedores e toda a cadeia de valor evoluíram devido à contingência global.
Dessa forma, é essencial conhecer o novo cliente, que busca dar continuidade ao seu negócio diante das adversidades, e fornecer ferramentas aos seus colaboradores para que eles possam continuar trabalhando e sendo eficientes e produtivos de qualquer lugar. Agora, devido a circunstâncias além do nosso controle, a revolução digital está avançando a um ritmo que nunca poderíamos esperar. Sim, todos nós poderíamos ver o potencial e, em certa medida, estamos caminhando para formas mais ágeis de operar.
Esta situação hoje forçou as empresas a acelerar sua abordagem, empurrando muito além da zona de conforto. Nesse ambiente, ainda é muito mais difícil prever, mas o que sabemos é que o novo cliente é muito mais digital, mais consciente e econômico. Lembra quando os clientes tiveram paciência para esperar 48 horas para receber um e-mail de retorno, ou um dia para que seu tweet fosse respondido? Esses dias já se foram há muito tempo. Os clientes de hoje compram bens e serviços online como nunca antes, e a expectativa agora é que as marcas sejam ágeis, personalizadas e operem em um contexto social.
Por outro lado, as empresas devem gerenciar os negócios atuais, mas também pensar no que vem a seguir. Quais serão as expectativas de seus clientes? O que eles podem oferecer a eles para se manterem relevantes e se anteciparem à concorrência? Se as empresas puderem pesquisar e "testar" novas formas de trabalho, novas soluções ou até mesmo novas infraestruturas, elas ficarão um passo à frente.
Além disso, vimos e testemunhamos que o trabalho não é um lugar onde você vai, mas o que você faz, e é essencial não ter capstones que dificultem a colaboração fluida, o trabalho seguro e a manutenção da conexão, portanto, a habilitação de espaços de trabalho inteligentes é crucial para que qualquer empresa tenha continuidade de seus negócios.
De acordo com um estudo recente, 53% das empresas se concentraram na criação de modelos de trabalho remotos e dinâmicos. E é lógico. As empresas terão como objetivo continuar investindo na saúde e segurança de seus colaboradores. A fim de evitar viagens e mobilidade não essencial, sistemas de videoconferência e colaboração, bem como as tecnologias que compõem o verdadeiro trabalho digital, serão indispensáveis para que o capital humano possa permanecer produtivo da maneira mais segura possível, no escritório ou remotamente.
Por outro lado, no novo normal, a eficiência é a pedra angular. É importante que a força de trabalho possa focar no planejamento e execução das atividades que trazem mais valor para a empresa. Para isso, os líderes devem valorizar e confiar na automação para executar tarefas repetitivas. Por meio de tecnologias como rpa (Robotic Process Automation), é possível melhorar processos críticos de negócios e gerar fluidez e eficiência de trabalho, através da aplicação de analytics, robótica e machine learning na interação com sistemas digitais para a execução de determinados processos de negócios.
Neste novo negócio normal, o RPA torna-se fundamental para executar certas atividades repetitivas usando uma interface para capturar dados (estruturados ou não estruturados), interpretá-los, gerar respostas e se comunicar com outros sistemas.
Espera-se que as compras online aumentem consideravelmente. Um estudo da Forbes revela que, de acordo com as primeiras estatísticas, os acessos à internet aumentaram entre 50 e 70% desde que a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia. Portanto, espera-se que as empresas aumentem suas operações digitais, e diante desse contexto, é que o conceito de Click & Collect materializado por armários inteligentes é uma boa alternativa para realizar esse aumento evitando o contágio, reduzindo o contato físico entre as pessoas e a aglomeração de pessoas em um espaço, à medida que as vendas pelo eCommerce aumentam. Dessa forma, a transferência de mercadorias é mais segura, rápida e eficiente para todas as partes, e é possível chegar ao cliente final protegendo sua saúde e bem-estar.
Finalmente, as empresas industriais estão analisando maneiras de depender menos das cadeias produtivas. A manufatura aditiva pode beneficiar uma ampla gama de empresas que trabalham com plásticos, metais e até mantimentos. O potencial dessa tecnologia vai além, ela se tornará parte de um sistema de negócios superconectados. Em combinação com robótica e Inteligência Artificial (IA), a impressão 3D pode criar oportunidades verdadeiramente especiais. Em relação à mudança nas cadeias produtivas das empresas, os resultados são totalmente mensuráveis.
Por exemplo, se um funcionário da fábrica vai ao armazém para pedir uma peça, o gerente do armazém tradicionalmente procuraria a peça no armazém e a entregaria. E se eu pudesse dizer que em algumas horas você pode contar com a peça criada na mesma fábrica e com as especificações que você precisa sem tê-la em inventário ou mobilizar qualquer serviço logístico? Sem dúvida, é um exemplo do que já está acontecendo hoje com impressão 3D, suas aplicações não têm limites, pois se concentram em um conceito, não em uma máquina ou hardware. A pandemia fez com que muitas empresas repensassem suas cadeias de suprimentos, e se voltassem mais para o conceito de microfadestos para evitar surpresas em um momento em que a cadeia produtiva é afetada, mesmo pelo fechamento ou lentidão da alfândega devido ao COVID-19.
Há, sem dúvida, uma estrada rochosa pela frente, cheia de desafios e desafios, mas também oportunidades emocionantes para se adaptar a esse novo negócio normal. Não há receita ou instrução secreta, cada empresa e setor deve analisar suas múltiplas variantes para alcançar a melhor maneira de se adaptar a este novo mundo.
Texto escrito por Fernando Maroniene, vice-presidente de marketing da Ricoh América Latina.