A Colômbia. A tecnologia corta todos os aspectos da vida moderna para seres humanos socialmente integrados. Não importa se trabalhamos no campo, se ensinamos em uma escola, se dirigimos um táxi ou se somos funcionários de um supermercado. Da mesma forma, seja para nos informarmos, comunicarmos, socializarmos ou pagarmos impostos, todos nós, em algum momento, entregamos e recebemos informações na rede de redes.
Assim, há aqueles que afirmam que estamos passando pela quinta revolução industrial e argumentam que o empoderamento humano que deixa tarefas repetitivas para robôs, robotização colaborativa, velocidade e qualidade ou fabricação personalizada são algumas de suas características. No entanto, basta perguntar se há por trás das características acima mencionadas uma nova tecnologia disruptiva ou simplesmente uma versão particular das interrupções da quarta revolução industrial (robotização, digitalização e incorporação de inteligência artificial em pesquisa, processos e produtos).
Na minha opinião, sem novas tecnologias disruptivas, não há uma revolução "nova" e estou convencido de que a quinta revolução industrial tem duas perspectivas sérias que vão muito além: a interface da internet cerebral por um lado e a computação quântica por outro.
O primeiro ocorrerá quando a humanidade resolver o problema fundamental da interface cérebro-internet: a velocidade de carregamento de informações.
Hoje, nossa rede de cérebros humanos se comunica com a internet com um conjunto de enormes canais multimídia que permitem o "download" e a interpretação de grandes volumes de informação, principalmente através da visão e da audição. No entanto, o fluxo de informações do cérebro para a Internet ainda é realizado com uma velocidade ruim: o do teclado do computador, de ambos os polegares na tela do celular, ou pelo texto falado (reconhecimento de fala).
A quinta revolução industrial pode vir então, quando a interface cérebro-máquina foi resolvida. Quando (seja pela implantação de dispositivos, ou por tecnologias de conectividade externa, como capacetes, microeletros ou dispositivos "vestíveis" (wearables) conseguimos fazer requisitos, consultas e comandos para a web.
Basta imaginar todas as pessoas capazes de acessar a internet com pensamento, ver uma ruptura que mudará tudo, até mesmo funcionar a tal ponto, que a história concordará em cunhá-la como a quinta revolução industrial.
O mesmo vale para a computação quântica. Hoje ainda existem processos nas ciências de dados e inteligência artificial que encontram a limitação no poder de processamento dos computadores digitais. O enorme poder dos clusters de cálculo se comporta no entanto como uma limitação tecnológica quando se trata de resolver problemas em tempo real.
A computação quântica, por outro lado, alcança capacidades de processamento superiores por uma ordem de magnitude superior à que seria alcançada se fosse possível integrar a soma total de todos os microprocessadores atuais do planeta.
A computação quântica, juntamente com a inteligência artificial, é então a segunda ruptura que aparece no horizonte como uma perspectiva da quinta revolução industrial.
Ainda não sabemos ao certo que tecnologia disruptiva será vista no futuro como aquela que deu origem a uma nova revolução industrial. Hoje, a computação quântica e a interface cérebro-internet são apresentadas como emergentes. Talvez seja outra que ainda não apareça no horizonte. O que sabemos é que o que estamos experimentando são simples consequências tecnológicas da quarta revolução industrial que é mostrada em diferentes versões e melhorias, todas decorrentes da mesma ruptura que a sustenta.
Análise de José Luis Córica, PhD.