América Latina. O mercado de escritórios na América do Sul está começando a se recuperar. De acordo com o último relatório da Cushman & Wakefield, a disponibilidade de escritórios na região caiu para 19,43%, graças à estabilidade econômica e ao crescimento em setores como tecnologia, finanças e serviços. São Paulo e Bogotá lideram a demanda, enquanto Lima e Santiago também mostram avanços.
O relatório destaca que São Paulo teve a maior demanda em sete anos, com mais de 150.000 m² ocupados em 2024. Bogotá também apresentou um bom desempenho, com disponibilidade de 10,5% e crescimento impulsionado pela chegada de empresas internacionais. Lima fechou o ano com mais de 40.000 m² ocupados, com uma das menores taxas de vacância da região.
"O desempenho de cada mercado foi fortemente condicionado pelo contexto econômico local. Enquanto em cidades como São Paulo, Bogotá e Lima a demanda mostrou maior dinamismo, Buenos Aires e Santiago refletiram um comportamento mais instável", explicou Juan Carlos Delgado, Country Manager da Cushman & Wakefield na Colômbia.
"O desempenho de cada mercado foi fortemente condicionado pelo contexto econômico local. Enquanto em cidades como São Paulo, Bogotá e Lima a demanda mostrou um dinamismo notável, com crescimento sustentado em setores-chave como comércio e tecnologia, em outras como Buenos Aires e Santiago observou-se um comportamento mais instável. Isso estava relacionado principalmente a fatores como volatilidade cambial, altas taxas de inflação e desafios políticos, que afetaram a confiança do consumidor e os investimentos nesses mercados", explicou Juan Carlos Delgado, Country Manager da Cushman & Wakefield na Colômbia.
Menos escritórios vazios, mais oportunidades
O relatório observa que a redução nas vagas disponíveis varia de acordo com a cidade. São Paulo fechou 2024 com 17,35% de escritórios desocupados, enquanto Bogotá e Santiago permanecem próximos de 10%, refletindo um equilíbrio entre oferta e demanda. Lima tem uma taxa de 14,4%, impulsionada pela alta demanda e menos vagas disponíveis. Em contrapartida, o Rio de Janeiro continua com uma vacância de 29%, devido a uma oferta de escritórios que supera a demanda.
"Enquanto o mercado de escritórios continua a se recuperar, a vacância continua sendo um desafio em certas cidades, especialmente onde a entrada de novos estoques excede a demanda atual", acrescentou Delgado.
Além disso, a Cushman & Walkield destaca que a recuperação do mercado de escritórios está alinhada com o crescimento do setor logístico, onde a vacância nos centros logísticos diminuiu 55% em alguns mercados-chave, refletindo uma maior ocupação em espaços comerciais e empresariais.
Da mesma forma, a atividade portuária na região experimentou um crescimento significativo, com aumentos de 20% no Brasil e 13% na Colômbia, o que gerou maior dinamismo nos setores de negócios e escritórios.
Preços de aluguel: estabilidade e ajustes
Os preços dos aluguéis mudaram na região. Em Buenos Aires, eles permaneceram entre US$ 24–25/m²/mês. Em São Paulo, embora tenha havido recorde em moeda local, a desvalorização reduziu o preço em dólar para US$ 21/m²/mês. Em Santiago, os valores caíram para US$ 19–20/m²/mês, e em Bogotá ficaram em US$ 18–19/m²/mês, com uma projeção de crescimento de mais de 700.000 m² em novos projetos. Lima, com sua baixa disponibilidade, teve um aumento progressivo para chegar a US$ 16,5/m²/mês.
O que esperar em 2025?
O mercado de escritórios na América do Sul continua evoluindo com expectativas positivas para 2025. A recuperação econômica e a crescente demanda nas principais cidades impulsionarão o setor. É importante destacar que a consolidação do e-commerce e do omnichannel impactaram diretamente a demanda por espaços, tanto nos centros logísticos quanto nos escritórios corporativos.
Além disso, à medida que as taxas de juros caíram e o investimento em imóveis comerciais continua a se fortalecer, espera-se que a oferta de espaços premium continue a se ajustar às novas necessidades de negócios.