Colômbia. A digitalização das operações em setores estratégicos como transporte, logística, saúde e segurança tornou os dispositivos IoT um pilar fundamental para garantir a conectividade e a disponibilidade dos serviços. No entanto, a desconexão progressiva das redes 2G e 3G na Colômbia colocou sua continuidade em xeque, forçando as empresas a atualizar grande parte de seus equipamentos implantados.
De acordo com dados do Ministério das Tecnologias da Informação e Comunicação (MinTIC), a penetração de dispositivos IoT no país tem crescido 14% ao ano no setor industrial e 20% no setor de logística. No entanto, estima-se que, até 2025, mais de 65% dos dispositivos conectados na Colômbia operarão exclusivamente em redes 4G e 5G, o que obrigará as empresas a adaptar sua infraestrutura tecnológica para evitar interrupções de serviço.
O desafio da conectividade: áreas de sombra e dispositivos de baixa qualidade
Nos últimos anos, muitas empresas que oferecem serviços máquina a máquina (M2M) adquiriram centenas de milhares de dispositivos IoT em países asiáticos, priorizando principalmente o custo.
No entanto, a experiência como operadoras de telecomunicações mostrou que, apesar das inevitáveis limitações de cobertura em áreas montanhosas, de selva ou altamente congestionadas, em muitos casos, a principal causa de falhas de serviço não foi a rede, mas os próprios dispositivos.
Esses equipamentos, quando perdiam a conectividade, não conseguiam se reconectar automaticamente a outra rede móvel, ficando inativos e deixando o serviço fora de operação. Essa situação destaca a importância de selecionar dispositivos não apenas com base no preço, mas também em suas capacidades técnicas. A maioria dos dispositivos que apresentaram esse problema eram de baixo custo, com qualidade questionável e sem as especificações adequadas para operar em ambientes em mudança.
"Encontramos dispositivos todos os dias que não conseguem se adaptar facilmente a um ambiente tão mutável. Um problema comum é a busca por uma rede alternativa na mesma banda de operação ou a execução de um fallback para outra tecnologia de acesso (2G, 3G, 4G ou 5G), e depois retornar com garantias para a banda original. Isso requer equipamentos com firmware bem projetado, que contemple todos os cenários operacionais, e operadores que facilitem a rápida mudança de rede. Essa combinação faz toda a diferença em um ambiente dinâmico", explica Rafael Escobar, gerente de canais IoT/M2M da Alai Secure.
"Em outras ocasiões, uma simples mudança regulatória na banda de operação de um país, que não foi devidamente contemplada no firmware do dispositivo, impossibilitou o uso dessa banda, limitando a conectividade. Também detectamos falhas na implementação do fallback, que impedem o retorno à rede de origem. Felizmente, na Alai Secure aprendemos junto com nossos clientes a identificar esses cenários rapidamente e a oferecer soluções eficazes", acrescenta Escobar.
Na Europa, as operadoras de redes móveis começaram a exigir a certificação de dispositivos IoT usados em serviços M2M com o objetivo de reduzir ao máximo os incidentes técnicos decorrentes de problemas nos equipamentos. Com isso, os dispositivos deixam de ser um fator anônimo dentro da conectividade e se consolidam como peças-chave dentro da cadeia de valor.
Uma frota obsoleta de dispositivos diante do apagão 2G e 3G
Soma-se a esse desafio o fato de que a grande maioria dos dispositivos IoT atualmente implantados não está preparada para o apagão das redes 2G e 3G, que em alguns países, como a Colômbia, já está em andamento. Um estudo recente descobriu que pelo menos 38% dos dispositivos IoT na Colômbia ainda dependem de redes 2G e 3G, colocando em risco a continuidade do serviço.
Além disso, a falta de certificação e atualização desses equipamentos pode levar a problemas como:
- Baixa eficiência de busca de sinal, resultando em longos tempos de reconexão.
- Falta de capacidade de fallback, impedindo a troca automática entre as redes disponíveis.
- Firmware desatualizado, reduzindo a estabilidade e a segurança da conexão.
- Compatibilidade multibanda limitada, afetando o desempenho em ambientes com variabilidade de cobertura.
- Como garantir a conectividade IoT: chaves para uma transição segura
Para evitar esses problemas e garantir conectividade ininterrupta, a Alai Secure, líder em comunicações M2M, recomenda que as empresas adotem estratégias de conectividade resilientes, como:
✅ Uso de cartões SIM multioperadores: Permitem que os dispositivos tenham uma rede móvel de backup em caso de perda de cobertura, garantindo a continuidade do serviço.
✅ Atualização e certificação de dispositivos: Ter equipamentos certificados e otimizados para operar em redes 4G e 5G, com recursos de fallback automático, evita a obsolescência e melhora a eficiência na transmissão de dados.
✅ Monitoramento e gerenciamento remoto: a implementação de plataformas de gerenciamento na nuvem permite monitorar a conectividade em tempo real e fazer ajustes ou atualizações sem intervenção física.
✅ Otimização de firmware e calibração do dispositivo: garantir que os dispositivos tenham o firmware mais recente e estejam calibrados corretamente melhora a descoberta da rede e a estabilidade da conexão.
Em um mercado onde a conectividade é o eixo central da digitalização, os dispositivos IoT desempenham um papel estratégico na otimização das operações e na continuidade do serviço. O investimento em tecnologia de ponta e a implementação de soluções inteligentes de conectividade serão decisivos para garantir a estabilidade do serviço num ambiente cada vez mais exigente.