A Argentina. Até 2022, a consultoria de mercado GlobalData espera que 88,1% dos assinantes móveis da América Latina usem dados móveis, acima dos atuais 60%, disse Leandro Agión, analista sênior da empresa, em um webinar organizado pela 5G Americas.
"Com uma participação de 26,6% do 4G LTE em relação ao total de móveis, a América Latina é a quarta região do mundo nesta seção. No entanto, há uma demanda muito forte por dados móveis, cerca de 70% dos assinantes usam dados móveis. Nessa linha, a América Latina é a segunda região global. Isso indica que o atraso na adoção do 4G não tem a ver com a falta de demanda, mas com a disponibilidade de redes, dispositivos acessíveis e, em geral, com o poder aquisitivo dos habitantes", explicou Agión no webinar "Aplicativos intensivos e smartphones acessíveis suportam crescimento móvel" organizado pela 5G Americas.
O analista também disse que "Até 2022, esperamos 1,3% das assinaturas móveis da América Latina no 5G; ou seja, cerca de 10 milhões de assinaturas. O roteiro para o 5G ainda não está claro, embora da GlobalData esperamos que as primeiras implantações que ocorrem em direção ao 5G ocorram após 2021. Os países onde esperamos que isso aconteça são México, Chile, Uruguai e Brasil, entre outros."
Sobre o desenvolvimento do LTE na região, ele explicou que "a adoção do 4G na América Latina tem sido desigual, mas está crescendo aos trancos e barrancos nos últimos anos. De 2015 a 2017, cresceu uma média anual de 80%, atingindo 181 milhões de assinaturas até o final deste ano, o equivalente a 26,6% do total."
O especialista detalhou, quanto ao crescimento do 4G, que existem dois grandes aceleradores e dois grandes inibidores. "Do lado do acelerador, podemos encontrar o uso de aplicativos com uso intensivo de dados, como mensagens OTT, voz e vídeo ou streaming de vídeo e música; e acessibilidade do dispositivo. Vemos que há cada vez mais dispositivos e operadoras 4G baratas – e alguns governos – estão trabalhando não só com descontos, mas também com financiamento para que os usuários possam acessar."
E acrescentou que "em relação aos inibidores, podemos destacar o baixo poder aquisitivo da população média e a necessidade de espectro de rádio. A GlobalData acredita que, em geral, a regulação latino-americana é favorável ao desenvolvimento do 4G. No entanto, há um crescimento na demanda por dados que em breve levará a um déficit na capacidade de responder a essa demanda. A necessidade de espectro será uma questão fundamental nos próximos anos para poder cobri-lo. Outro aspecto é a neutralidade tecnológica, permitindo que os operadores usem qualquer tecnologia no espectro concedido."